Os autos que o condenam por terrorismo foram aplicados em 4 de julho passado, já que segundo o juiz, a polícia e a imprensa, que neste caso trabalham lado a lado, asseguram que estes fatos “estão vinculados à FAI/FRI, uma organização terrorista de carácter internacional ‘criada a partir da ideologia anarquista insurrecionalista’”.
Claramente a utilização desta sigla, apesar de não ter nada que ver nem sequer com a reivindicação do atentado do qual é acusado (bombas na basílica del Pilar de Zaragoza), utiliza-se para justificar o processo de terrorismo, já que a EU [União Europeia] reconhece estas siglas dentro de sua lista de organizações terroristas. Sempre segundo a imprensa e a trama policial-judicial. “Dentro desta organização [FAI/ FRI], presume-se que ambas pertençam aos chamados Grupos Anarquistas Coordenados (GAC)”. A imprensa, em alguns casos, inclusive a imprensa “alternativa”, não deixou de relacionar esta coordenadora com a FAI/FRI apesar de que isso não é mais que uma fantasia policial. “Uma superestrutura de grupos violentos independentes, no estilo da jihad islâmica”, afirmou o Periódico de Aragão, pois faltavam adjetivos. “Carinhoso” foi transladado às Astúrias em 12 de abril passado, depois de passar durante toda a semana por diferentes cárceres (Madri, Burgos, Cantabria). Após chegar às Astúrias Francisco se encontrava em uma situação bastante má devido ao isolamento. Pese a que a situação mudou, seguramente pela pressão de fora, continuou em um módulo de castigo e separado do resto dos presos “políticos”, ainda que em uma situação relativamente melhor e foi autorizado, após muitos meses, as chamadas telefônicas para amigos, já que o diretor da prisão só autorizou as chamadas para seus familiares. Tanto ele como Mônica seguem em prisão preventiva e no momento nada nos faz pensar que esta situação mude. Tampouco há muitas novidades no caso ou nas acusações. Seguem em FIES 3, com oito chamadas de 5 minutos semanais, restrição de envio de correspondência (só 2 cartas semanais) e que saibamos seguem sem limites de cartas a receber, uma visita semanal de 40 minutos e dispersos nos [presídios] criminais de Brieva (Ávila) e agora Francisco nas Astúrias, ambos longe de seus amigos e companheiras, como a forma de castigo aos presos e presas políticas ou rebeldes chamada “dispersão”, que busca esgotar as forças de quem vá visitá-los. Mas a solidariedade é mais forte que suas distâncias, que seus limites, que suas restrições e que seus porretes! Enviamos um caloroso abraço e ânimo para Carinhoso.
A solidariedade é mais forte que seus porretes!
Para escrever-lhe: Francisco Javier Solar Domínguez C.P. de Villabona Finca Tabladiello 33480 Villabona-Llanera (Astúrias – Espanha)
Mais info: cna_asturies@nodo50.org
Cruz Negra Anarquista – Astúrias
Tradução: Sol de Abril